top of page
Buscar

31º Grito dos Excluídos ecoa em Brasília em defesa da vida, da Casa Comum e da democracia

  • Foto do escritor: ASCOM
    ASCOM
  • 16 de set.
  • 5 min de leitura

Ato político-cultural em 7 de setembro destacou soberania, direitos sociais e a luta cotidiana pelo cuidado com a vida


31º Grito dos Excluídos na Praça Zumbi dos Palmares - Foto: Natália Teles
31º Grito dos Excluídos na Praça Zumbi dos Palmares - Foto: Natália Teles

No último dia 7 de setembro, a Praça Zumbi dos Palmares, no centro de Brasília, foi palco do 31º Grito dos Excluídos, Excluídas e Excluídes no Distrito Federal e Entorno. Sob o lema permanente “Vida em Primeiro Lugar” e com o tema deste ano “Cuidar da Casa Comum e da Democracia é luta de todo dia”, o ato reuniu sociedade civil, parlamentares, sindicatos, associações, coletivos, grupos religiosos e políticos em um grande momento de mobilização popular. A organização local foi conduzida pelo Coletivo do Grito do DF e Entorno, com o apoio da Diretoria do Vida e Juventude. Colaboradores/as e associados/as da instituição também marcaram presença no ato.


 31º Grito dos Excluídos - Foto: Reprodução
 31º Grito dos Excluídos - Foto: Reprodução

O Grito dos Excluídos é um espaço de mobilização que, em todo o Brasil, articula movimentos, pastorais e organizações sociais em defesa da vida e contra as injustiças do sistema capitalista. Neste ano, o tema evidenciou a urgência de enfrentar a crise climática e a ameaça à democracia, reforçando a centralidade da luta pela soberania, pelo direito aos serviços públicos e pela dignidade do povo.


31º Grito dos Excluídos Plebiscito Popular - Foto: Natália Teles
31º Grito dos Excluídos Plebiscito Popular - Foto: Natália Teles

O ato também somou forças ao Plebiscito Popular 2025, que consulta a população sobre a taxação dos super-ricos, a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000,00, a redução da jornada de trabalho e o fim da escala 6x1, propondo um caminho de participação direta para transformar o país.

 

Programação: um ato político-cultural


A programação seguiu em ritmo de resistência e celebração, com a presença do grupo de capoeira dos mestres Manoelzinho e Peba, além de artistas como Davi Mendonça, Renio, Nilson Alexandre (Teatro de Bonecos), o Movimento Supernova de São Sebastião e Martinha do Coco. As expressões culturais se intercalaram com falas de movimentos sociais, religiosos e populares, além da participação de parlamentares e autoridades.


Teatro de bonecos | 31º Grito dos Excluídos - Foto: Natália Teles
Teatro de bonecos | 31º Grito dos Excluídos - Foto: Natália Teles

As falas contemplaram uma diversidade de pautas de luta e resistência. Entre elas, estiveram a denúncia do genocídio na Palestina, a defesa da soberania e da democracia no Brasil, da educação e da reforma agrária. Também ganharam destaque questões locais, como o direito à moradia. Foi o caso da intervenção de Andréia, do Coletivo Mulheres do Sol, que denunciou a situação da comunidade da Fazendinha, no Sol Nascente, onde famílias tiveram suas casas derrubadas pelo Governo do Distrito Federal em julho deste ano:


“O que queremos é o direito à nossa moradia e ao respeito. Nós, do Coletivo Mulheres do Sol, viemos hoje mostrar e reforçar nossa luta no Sol Nascente, no trecho 3 da Fazendinha. Pedimos que os parlamentares olhem pela nossa comunidade, que sejamos incluídos no PDOT, e que sejam garantidos nossos direitos: à moradia, à água, à luz, à escola. Lá vivem famílias, crianças, idosos. Hoje estamos aqui lutando e edificando pelos nossos direitos, sobretudo pelo direito à moradia.”


31º Grito dos Excluídos - Foto: Natália Teles
31º Grito dos Excluídos - Foto: Natália Teles

Entre as lideranças políticas presentes estiveram o ministro da Secretária-geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, o Secretário nacional de Economia Popular e Solidária, Gilberto Carvalho, o deputado federal Glauber Braga (PSOL), a deputada federal Érika Kokay (PT) e Ricardo Cappelli (PSB), presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial.


Durante a atividade, também foi distribuído o jornal do Grito do DF, que reforça a diversidade de pautas locais e regionais. Clique aqui e confira o jornal.

 

Falas do Grito: diversidade de vozes em defesa da democracia e da vida

Ao longo do ato, a reportagem ouviu lideranças políticas, religiosas, culturais e sociais que compartilharam suas impressões sobre o Grito de 2025 e sobre o tema deste ano. As falas revelaram uma convergência em torno da defesa da soberania, da democracia, da justiça social, da igualdade, da diversidade e dos direitos fundamentais. Veja algumas das declarações registradas durante o evento:


31º Grito dos Excluídos - Foto: Natália Teles
31º Grito dos Excluídos - Foto: Natália Teles

“Quero cumprimentar aqui a organização da atividade, a todos os movimentos que estão em Brasília, nas ruas, dizendo que não aceitam uma tentativa de interferência externa no nosso país. A nossa soberania se defende na rua. Pela responsabilização dos golpistas e pela defesa da classe trabalhadora.” Glauber Braga (PSOL), Deputado Federal


“Aqui nós estamos mostrando que a casa é comum, e se a casa é comum nós queremos um planeta onde tenhamos o ar puro, água limpa, as árvores em pé, a comida no prato, onde nós tenhamos a preservação de todas as formas de vida. (...) Soberania pressupõe o meio ambiente, pressupõe educação de qualidade, soberania popular, por isso que a soberania está tão associada à própria democracia. E quando a gente diz sem anistia para golpista, nós estamos dizendo que não aceitamos ingerências de outro país. Portanto, lutamos pela soberania e também pela democracia.” Érika Kokay (PT), Deputada Federal


31º Grito dos Excluídos - Foto Natália Teles
31º Grito dos Excluídos - Foto Natália Teles

“A luta de todo dia é cuidar da casa, é cuidar desse povo e partilhar essa luta. Entendermos que as lutas que estão na rua são o anexo de nossa casa. A luta tem que ser sempre em resistência, trazendo esse povo para esse acordar, porque estamos enfrentando um Brasil que quer avançar, em um processo de muita caminhada.” Mestra Martinha do Coco


“Eu, como mulher negra periférica e mãe solo, entendo a necessidade da gente estar em espaços como esse para poder, cada dia mais, reverberar a nossa palavra e a nossa voz. (...) Estamos aqui coletivamente para fazer com que a nossa voz chegue para as pessoas.” Nanda Pimenta, jovem liderança


31º Grito dos Excluídos - Foto: Natália Teles
31º Grito dos Excluídos - Foto: Natália Teles

“Cuidar da Casa Comum e da democracia é realmente luta de todo dia. (...) O cuidado da Casa Comum é algo que nos angustia nesta perspectiva de caminhar rumo à COP 30, mas também a democracia ameaçada, como com a tentativa de enfraquecer a Lei da Ficha Limpa. Estamos aqui por justiça, por soberania neste país, por democracia e para celebrar nosso compromisso comum.” Padre Dário Bossi, assessor da CNBB e da Comissão Brasileira de Justiça e Paz


“O tema nos faz refletir na importância da gente seguir fazendo a defesa intransigente da nossa soberania. Essa defesa passa fundamentalmente pelo cuidado com o nosso povo, que é o maior patrimônio da nossa nação. (...) Temos que seguir lutando por melhorar as condições de vida da classe trabalhadora para que a gente tenha comida no prato, emprego digno e justiça social.” Ruth Venceremos (PT)


31º Grito doa Excluídos - Foto: Natália Teles 
31º Grito doa Excluídos - Foto: Natália Teles 

O 31º Grito no DF e Entorno reafirmou, com cultura e luta, que cuidar da Casa Comum e da democracia é tarefa cotidiana. Um movimento popular e plural que mostrou a força da mobilização coletiva e que, mesmo diante de crises sociais, ambientais e políticas, segue sendo espaço de esperança, resistência e construção de um Brasil mais justo.


......................... ASCOM -Vida e Juventude

 
 
 

Comentários


bottom of page