Dia da Consciência Negra

20/11/2024

Memória, Luta e Resistência

Hoje, 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, celebramos a força, a história e a luta do povo negro no Brasil. Este ano, pela primeira vez, o 20 de novembro é reconhecido como feriado nacional, um marco importante para o movimento negro, que há décadas luta pelo reconhecimento da centralidade da história e da resistência negra na construção do Brasil.

Esta data vai além da memória; é um chamado para a resistência, para a mobilização e para a construção de um futuro mais justo. Para entendermos a importância do 20 de novembro, é essencial revisitarmos sua história.

A ideia dessa data surgiu nos anos 1970, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, com o Grupo Palmares, liderado por figuras como o poeta Oliveira Silveira. Eles questionavam a celebração do 13 de maio de 1888, visto como uma "falsa libertação", já que não mobilizava o povo negro para o enfrentamento ao racismo ou para a busca pela igualdade racial. Era preciso uma data que simbolizasse a liberdade como fruto de luta e resistência, e não como uma concessão do opressor. Assim, escolheram o 20 de novembro, data que marca o assassinato de Zumbi dos Palmares, o maior líder do Quilombo dos Palmares – a maior comunidade quilombola já existente no Brasil.

Em 1978, o Movimento Negro Unificado adotou o 20 de novembro como um marco de celebração e resistência. Em 1995, a Marcha de Zumbi, realizada em Brasília, lembrou os 300 anos de sua morte, fortalecendo a luta antirracista. Em 2015, as mulheres negras protagonizaram a 1ª Marcha das Mulheres Negras, homenageando lideranças como Dandara e Tereza de Benguela. E, em novembro do próximo ano, mais uma vez as mulheres negras estarão nas ruas, reafirmando a luta por direitos, dignidade e equidade.

O Dia da Consciência Negra é um momento para refletirmos sobre as demandas urgentes do povo negro. É um dia de luta, de reivindicação pelo fim do racismo, por reparações pelos mais de 350 anos de exploração e escravidão, pelo fim do genocídio da juventude negra – em sua maioria homens – e pela garantia de igualdade de oportunidades.

O Vida e Juventude reafirma seu compromisso com a luta antirracista, por equidade, igualdade de direitos e justiça social. Continuamos ao lado de quem resiste, luta e sonha com um Brasil verdadeiramente livre do racismo estrutural, onde todas as vidas negras sejam valorizadas e respeitadas.

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ASCOM - Vida e Juventude